Sinopse

Sinopse

Sinopse 



Entra em voo o sonho… Ilumina na imensidão do universo de Olorum. Ecoam os tambores ancestrais. Explodindo em amor como o sopro supremo da criação. Abrindo caminhos, laroiê Exu! O vento nos leva numa viagem ao início de nossa existência e nas mãos de Oludumaré, a vida se torna o destino.



A vida, a grande obra de Obatalá, que enviou de Olorum, o saco da vida para Oxalá, que teve a missão de espalhar o axé e criar a terra. Uniu as forças dos elementos água, terra, fogo e ar para moldar em barro a criação. Eis a vida! Eis a humanidade!



Da transformação da vida, surge o mundo: a nossa África, a mãe, a dádiva, o manto ébano, a cor de seus filhos, a raça negra, e bate forte neste chão, abençoada pelo axé dos Orixás. Eis que dali surge à primeira cabeça pensante. Eis ali a primeira cabeça ornada com Orí (símbolo da sabedoria dado pelos orixás aos homens)



África, a grande nave mãe da existência. O primeiro continente habitado e abençoado pelas mãos dos orixás. Eis dali onde tudo surgiu. Daquele chão sofrido, do calor escaldante, surgiu a vida. Abençoada seja essa terra



Que Olorum derrame sobre nós o esplendor da criação.



“No chão de terra batida                                                          



Estão as folhas colhidas



Lá das matas



Nas brancas roupas cheirosas



Das yaos caprichosas,



O aroma de alfazema.



Os atabaques chamando,



Mas gente está chegando



O xiré vai começar.”



E o mundo então aprendeu a compartilhar, a viver e a aprender com a força de cada um dos orixás. Do alto do orun (céu) cada um dos orixás enviou os seus ensinamentos para os homens:



Oké, aro! Oxóssi ensinou a caçar e a cuidar das matas, dando fartura e sustento.



Oxum, Ooré yeyé ó! A deusa da beleza, deu o ouro e as riquezas da fertilidade.



Odó –Iyá! Yemanja, ensinou a proteger o mar e toda vida nela contida.



Epahei Iansã, os raios e trovões.



 



Xangô entregou a justiça, Kawó Kabiesilé!



Ógún ieé!! Deu o ferro.



Atotoó! Omulu ensinou que a vida deve ser valorizada e deu o poder da cura.



E Oxumaré, A run Boboi! Regenerou o ciclo da vida.



Salubá Nanã! Moldou do barro o homem. Deu forma a tudo aquilo que conhecemos.



Axé dos Orixás, em grande celebração o dia é de festa vamos dançar e cantar aos orixás, e pedimos força e proteção. Um banho de axé.



Nosso Olubajé, em homenagem ao orixá Obaluaiê, e que ele nos traga vida longa e saúde.



De mãos dadas vamos agradecer e saudar nossos Orixás.



Atotó, atotó! Obaluaiê.



Atotó, atotó! Obaluaiê.



Ao senhor pedimos Axé!



Laroiê, Exu



Lá nas encruzilhadas.



Ogum vem abrir caminho,



Oxum vem devagarinho, Ora yê yê.



Sua beleza mostrar.



 Epahei! Yansã com sua espada,



Com Ogum vai pela estrada



Sem medo de demandar.



Um a um os Orixás:



Xangô, Oxossi, Yemanjá,



Nanã, Ossãe, Oba,



Omolú com seu xaxará



Suas danças vão dançando.



Vendo o arco-íris de Oxumaré passar.



Dos teus filhos, descendentes da mãe África, das lembranças de lágrimas, do sofrimento e da dor, a liberdade acorrentada numa luta de força e resistência. Nos navios negreiros, trajetórias de sonhos e bravura de quem venceu a travessia do mar, na esperança de que no longo horizonte. Eis que dentro de um deles, estava guardado um novo destino.



Aporta na sagrada Bahia, a casa de todos os santos, abençoado a todos pelo axé dos Orixás, os ancestrais dos nossos irmãos, e o manto da fé quebrou as correntes da escravidão, sobre o açoite.



Os pais e mães de santos que por aqui chegaram, espalharam a religião pelo Brasil. Suas crenças, culturas, heranças foram aqui perpetuados através do som dos seus tambores. Carregam consigo seus guias, suas proteções. Os joelhos em terra, para agradecer as bênçãos de cada dia. Hoje vai ter Ébo! As oferendas aos Orixás. A fé que guia ao mundo da magia, liberto das mazelas, e o olho grande do dia a dia.



Bate o tambor que a roda gira proteção ao meu carnaval, minha mãe me dê licença para saudar os Orixás.



E nessa mistura de Brasil e África, há a mistura de religiões. Onde candomblé e catolicismo (trazido pelos nossos colonizadores), andam sempre próximos através do sincretismo religioso. Isso é o retrato do Brasil!



Na sua mais rica herança, nossos irmãos africanos nos ensinam levar nossas vidas através da luta para alcançar nossos ideais, rasgando o preconceito e fazendo valer nossa história.



Com cada uma das etapas do ritual de iniciação, da raspagem da cabeça aos ensinamentos dos pais de santo. A cultura do candomblé marca nosso chão como uma fonte de sabedoria e inspiração.



Que Orum derrame sobre nosso povo a magia dos que viveram e lutaram por liberdade, numa vida de luta e dor.



Hoje a nossa homenagem é em forma de canção no bater de nossos corações, para exaltar quem vive a missão da bondade e da fé, trazidos em verdades e puro amor.



Hoje é o dia da nossa procissão de fé. Que os babalorixas e yalorixás deixem seu legado para as próximas gerações, para que o Candomblé e a cultura africana sejam imortais no nosso país.



Que Oxalá meu pai, o senhor da paz, que tudo vê e tudo faz, venha aos seus filhos abençoar.



Nossa escola está em festa, é o dia de consagrar o povo do Axé, que em forma de procissão pedimos aos Orixás bênçãos e paz. Hoje fazemos o Orô mais respeitado e tradicional, num ritual de purificação, renovação “o rito de passagem”. O fim e o começo de um novo ciclo.



Que as águas de Oxalá lavem nosso desfile e abençoe a cada filho.



Hoje a Colorado do Brás vem dar um banho de Axé!!!  



Leonardo Catta Preta


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